A ema e Emma

Na canção de Jackson do Pandeiro, a ema geme pra avisar. Avisos nem sempre são alvissareiros. No entanto, é bom estar alerta. Atentos para os movimentos que tentam cercear a liberdade.

“A liberdade é a maior ameaça que pode pesar sobre a autoridade”, afirma Emma Goldman. Isso acontece porque as pessoas são forjadas dentro de uma tradição familiar e de uma rotina que não exigem nem grandes esforços tampouco personalidade. Isso transposto para o mundo da política ocorre com mais força, conforme essa pensadora. Nos círculos políticos não é criado nenhum espaço para a livre escolha, para o pensamento ou para a atividade independentes. “Só encontramos marionetes boas apenas para votar e pagar os impostos.”

“As perseguições contra o inovador, o dissidente, o contestador, sempre foram causadas pelo temor que a infalibilidade da autoridade constituída seja questionada e seu poder solapado.”

Bom, está avisado: este é um blog com escritos libertários.

Quando alguma ameaça pairar sobre nossas cabeças, a ema vai gemer.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sim, as mulheres podem!




Maria Skłodowska, Marie Curie após o casamento, nasceu em Varsóvia no dia 7 de Novembro de 1867 e foi uma cientista que exerceu sua atividade profissional na França. Formada em física, foi a primeira pessoa a ser laureada duas vezes com o Prêmio Nobel.


Ela atuou numa organização estudantil que desejava transformar a ciência. Por essa transgressão foi obrigada a fugir de Varsóvia e se mudar para Cracóvia e depois para Paris onde concluiu seus estudos. Licenciada em física e matemática, Marie descobriu elementos químicos como o radio, o polônio e a radioatividade.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Enfim sem partido!

Depois de uma luta de décadas tentando conciliar os ideais libertários com a militância partidária, desisti de disputar por dentro. Adeus PT!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Liberdade

Em 18 de julho de 1936 o exército espanhol se rebela contra o Governo da República. Seis mulheres de origens e classes sociais diferentes se organizam em um grupo de anarquistas para lutar, de igual para igual com os homens, contra as tropas nacionais. Uma freira que descobre a solidariedade fora da fé, prostitutas, operárias, etc., unidas para defender seus ideais políticos e, ao mesmo tempo, fazer entender a seus companheiros as mudanças ideológicas e sociais pelas quais elas também almejam conquistar.
Libertárias, filme dirigido por Vicente Aranda. Título em português: Liberdade.





e

A EMMA GEMEU: concordância ou morte


Segundo Emma Goldman, um dos fatores que leva os governos a um conservadorismo cada vez mais reacionário é a desconfiança inerente que eles tem do indivíduo, o temor da individualidade. Nosso sistema político e social não tolera o indivíduo com sua constante necessidade de inovação. É, portanto, em estado de “legítima defesa” que o governo oprime, persegue, pune e às vezes mata o indivíduo.
A morte do indivíduo tanto pode ser física como simbólica, no campo das idéias, no isolamento, no aniquilamento enquanto sujeito pensante. O sufocamento de toda crítica, da expressão de opiniões divergentes é perpetrado pelos dirigentes para se manterem no poder, para não serem questionados. Não importa se a crítica vem de seus pares, se visa ao aprimoramento em prol da coletividade. Divergir do alto mandatário é assinar a sentença de morte ou degredo.
Nos tempos atuais, o assassínio das divergências se dá por outras táticas, mas o resultado é o mesmo: o aniquilamento dos discordantes.
E não há diferença se o mandatário é de direita ou de esquerda. Alcançar o poder e não apear dele é o objetivo final, os meios para isso não fazem a menor diferença.
Isso lembra algum lugar não muito longe daqui?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

concordância ou morte


Segundo Emma Goldman, um dos fatores que leva os governos a um conservadorismo cada vez mais reacionário é a desconfiança inerente que eles tem do indivíduo, o temor da individualidade. Nosso sistema político e social não tolera o indivíduo com sua constante necessidade de inovação. É, portanto, em estado de “legítima defesa” que o governo oprime, persegue, pune e às vezes mata o indivíduo.
A morte do indivíduo tanto pode ser física como simbólica, no campo das idéias, no isolamento, no aniquilamento enquanto sujeito pensante. O sufocamento de toda crítica, da expressão de opiniões divergentes é perpetrado pelos dirigentes para se manterem no poder, para não serem questionados. Não importa se a crítica vem de seus pares, se visa ao aprimoramento em prol da coletividade. Divergir do alto mandatário é assinar a sentença de morte ou degredo.
Nos tempos atuais, o assassínio das divergências se dá por outras táticas, mas o resultado é o mesmo: o aniquilamento dos discordantes.
E não há diferença se o mandatário é de direita ou de esquerda. Alcançar o poder e não apear dele é o objetivo final, os meios para isso não fazem a menor diferença.
Isso lembra algum lugar não muito longe daqui?

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

sobre "bestas selvagens"


Os recentes distúrbios que ocorreram em Londres e outras cidades da Inglaterra são como a explosão de um furúnculo que latejava há algum tempo.

A sanha neoliberal que se sustenta do consumo incontrolável e com seu dedo de Midas perverso tudo transforma em mercadoria: a educação, a arte, a saúde, o amor... tudo virou moeda de troca.
Num mundo brutalmente mercantilizado a resposta ao sufocamento compulsório é o violento rasgar dos sacos que sufocam. Os jovens que tomaram as ruas de Londres, as ruas do Chile, as diversas manifestações em várias partes do mundo ecoam o rasgar dos sacos sufocantes. Ocupar as ruas tumultuadamente como na Inglaterra ou com um propósito definido como tem sido nos outros países são faces de uma mesma moeda. São os sinais de que o mundo do deus mercado está indo para a UTI.
O milico inglês Max Hastings denominou os jovens manifestantes de "bestas selvagens".

Talvez ele não tenha percebido que a principal besta a quem os governos neoliberais adoram como um deus está devorando as suas crias: o capitalismo.







quinta-feira, 11 de agosto de 2011

uma reflexão no dia dos estudantes


Pensadores socialistas e anarquistas concordam que a educação só tem pleno sentido se for para a auto-reflexão crítica, enfim como um processo libertário.
Para tanto, não apenas a educação formal, aquela oferecida nas escolas, mas também aquela dita informal, realizada pelo conjunto social pela via da ação cultural através do teatro, da imprensa, dos seus esforços de alfabetização e educação dos trabalhadores.
Segundo Silvio Gallo, os esforços anarquistas nesta área principiam com uma crítica à educação tradicional, oferecida pelo capitalismo, tanto em seu aparelho estatal de educação quanto nas instituições privadas - normalmente mantidas e geridas por ordens religiosas. Acrescento, quando não meramente capitalistas e que utilizam a educação como mercadoria.
A principal acusação libertária diz respeito ao caráter ideológico da educação, cujas escolas dedicam-se a reproduzir a estrutura da sociedade de exploração e dominação, ensinando os educandos a ocuparem seus lugares sociais pré-determinados.
Nesse contexto, a educação assume uma importância política bastante grande, embora ela se encontre devidamente mascarada sob uma aparente e propalada "neutralidade".
Desse modo, o caráter político da educação não é estar ao serviço da manutenção de uma ordem social, mas sim de sua transformação, denunciando as injustiças e desmascarando os sistemas de dominação, ao tempo em que desperta nos indivíduos a consciência da necessidade de uma revolução social.
  Se a liberdade, como queria Bakunin é conquistada e construída socialmente, a educação não pode partir dela, mas pode chegar a ela. Ou seja, uma educação anarquista coerente com seu intento de crítica e transformação social deve partir da autoridade não para tomá-la como absoluta e intransponível, mas para superá-la. O processo pedagógico de uma construção coletiva da liberdade consite, portanto, num processo de desconstrução paulatina da autoridade.
É incoerente uma filiada a um partido político fazer essas colocações? Alguns dirão que sim. Mas entendo ser possível travar a luta libertária por dentro das estruturas vigentes. Enfim, trata-se de educar seres humanos comprometidos não com a manutenção da sociedade de exploração, mas sim com o engajamento na luta e na construção de uma nova sociedade.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Autogoverno ou ser governado: eis a questão

Nesta primeira postagem quero trazer para o debate o papel das gestões de esquerda e o protagonismo dos cidadãos.


O sociólogo Chico de Oliveira, na apresentação do livro Desenvolvimento local e socialismo, de Celso Daniel e outros autores como Marina Silva, Miguel Rosseto e Ladislau Dowbor, faz a seguinte reflexão sobre o papel dos partidos de esquerda, de modo particular o Partido dos Trabalhadores, na abordagem das questões concretas urgentes sem perder de vista a perspectiva histórica mais ampla do futuro.


“... as gestões de esquerda não devem ser apenas o breve ciclo de uma administração, mas precisam também realizar concretamente, na vida cotidiana das cidades, das cidadãs e cidadãos, uma mudança cujo nome histórico é socialismo.”


Isto não é algo para acontecer um dia qualquer após a revolução, mas para ser construído diuturnamente, continua ele. “A perspectiva histórica do socialismo ajuda, orienta e valoriza medidas simples, ao alcance da cidadania, sem a grandiloqüência dos grandes eventos, mas preparando-a para o autogoverno.”
Observa-se aí uma reaproximação entre o devir do socialismo e o do anarquismo? A autogestão como a forma ideal de vida na sociedade?


Emma Goldman entende que o “objetivo legítimo da sociedade é prover as necessidades do indivíduo e ajudá-lo a realizar seus desejos”. E só nesse caso ela se justifica e participa dos progressos da civilização e da cultura.


Para finalizar, faço minhas as palavras dessa teórica anarquista: “Sei que os representantes dos partidos políticos e os homens que lutam com selvageria pelo poder me estigmatizarão com a marca do anacronismo incorrigível. Pois bem, aceito com alegria essa acusação. É para mim um conforto saber que falta consistência à sua histeria e que seus louvores são sempre temporários.”


Será que a ema geme?