A ema e Emma

Na canção de Jackson do Pandeiro, a ema geme pra avisar. Avisos nem sempre são alvissareiros. No entanto, é bom estar alerta. Atentos para os movimentos que tentam cercear a liberdade.

“A liberdade é a maior ameaça que pode pesar sobre a autoridade”, afirma Emma Goldman. Isso acontece porque as pessoas são forjadas dentro de uma tradição familiar e de uma rotina que não exigem nem grandes esforços tampouco personalidade. Isso transposto para o mundo da política ocorre com mais força, conforme essa pensadora. Nos círculos políticos não é criado nenhum espaço para a livre escolha, para o pensamento ou para a atividade independentes. “Só encontramos marionetes boas apenas para votar e pagar os impostos.”

“As perseguições contra o inovador, o dissidente, o contestador, sempre foram causadas pelo temor que a infalibilidade da autoridade constituída seja questionada e seu poder solapado.”

Bom, está avisado: este é um blog com escritos libertários.

Quando alguma ameaça pairar sobre nossas cabeças, a ema vai gemer.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

concordância ou morte


Segundo Emma Goldman, um dos fatores que leva os governos a um conservadorismo cada vez mais reacionário é a desconfiança inerente que eles tem do indivíduo, o temor da individualidade. Nosso sistema político e social não tolera o indivíduo com sua constante necessidade de inovação. É, portanto, em estado de “legítima defesa” que o governo oprime, persegue, pune e às vezes mata o indivíduo.
A morte do indivíduo tanto pode ser física como simbólica, no campo das idéias, no isolamento, no aniquilamento enquanto sujeito pensante. O sufocamento de toda crítica, da expressão de opiniões divergentes é perpetrado pelos dirigentes para se manterem no poder, para não serem questionados. Não importa se a crítica vem de seus pares, se visa ao aprimoramento em prol da coletividade. Divergir do alto mandatário é assinar a sentença de morte ou degredo.
Nos tempos atuais, o assassínio das divergências se dá por outras táticas, mas o resultado é o mesmo: o aniquilamento dos discordantes.
E não há diferença se o mandatário é de direita ou de esquerda. Alcançar o poder e não apear dele é o objetivo final, os meios para isso não fazem a menor diferença.
Isso lembra algum lugar não muito longe daqui?

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