A ema e Emma

Na canção de Jackson do Pandeiro, a ema geme pra avisar. Avisos nem sempre são alvissareiros. No entanto, é bom estar alerta. Atentos para os movimentos que tentam cercear a liberdade.

“A liberdade é a maior ameaça que pode pesar sobre a autoridade”, afirma Emma Goldman. Isso acontece porque as pessoas são forjadas dentro de uma tradição familiar e de uma rotina que não exigem nem grandes esforços tampouco personalidade. Isso transposto para o mundo da política ocorre com mais força, conforme essa pensadora. Nos círculos políticos não é criado nenhum espaço para a livre escolha, para o pensamento ou para a atividade independentes. “Só encontramos marionetes boas apenas para votar e pagar os impostos.”

“As perseguições contra o inovador, o dissidente, o contestador, sempre foram causadas pelo temor que a infalibilidade da autoridade constituída seja questionada e seu poder solapado.”

Bom, está avisado: este é um blog com escritos libertários.

Quando alguma ameaça pairar sobre nossas cabeças, a ema vai gemer.

sexta-feira, 28 de março de 2014

O machismo nosso de cada dia

Saiu nos jornais: pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre maio e junho de 2013, mostra que o Brasil do Século XXI no quesito igualdade entre os sexos está no ano 2000 a.C.
Vejam o gráfico e constatem!


Após décadas de luta feminista, de milhares de estudos discorrendo sobre as razões que levaram às desigualdade entre os sexos e a sua total obsolescência nos dias atuais, os resultados dessa pesquisa são como um soco no estômago.
A sociedade brasileira ainda considera que as mulheres não possuem o direito sobre o próprio corpo e que ao usar roupas que o revelem significa um convite ao estupro. Reivindicar um padrão de comportamento para as mulheres a fim de reduzir a violência sexual? O que é isso?!
Para nós mulheres não é novidade que o machismo se apresenta como uma ferida aberta na sociedade. Esses dados só confirmam o que vivemos no nosso cotidiano. As piadinhas sexistas dos colegas, o assédio, as "encoxadas" nos coletivos, as músicas mais populares no Carnaval, o desrespeito no trânsito e tantas outra situações que poderiam ser enumeradas. 
Não vi a pesquisa completa nem os dados desagregados quanto ao sexo das pessoas entrevistadas. Mas olhar esses dados e observar que mais de 25% da amostra considera que a mulher agredida gosta de apanhar se continua com o parceiro e que nesse grupo existem mulheres é muito triste. 
Olhamos para trás, vemos o quanto foi trilhado. Mas ao olhar para frente vemos que ainda há um longo caminho a percorrer.
A luta anticapitalista precisa recrudescer, pois muito da opressão sofrida pelas mulheres tem sua raiz na relação de poder presente e vigorosa na sociedade.


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